Noite de sonhos

Hoje é noite de Natal. Uma noite especial, principalmente para as crianças. Neste mundo de grandes disparidades económicas entre os homens, será uma noite de alegria para todos aqueles que tenham a possibilidade de rasgar com ansiedade, o papel que esconde a apetecível prenda ou de tristeza para muitos daqueles que não o podem fazer.

No Natal festeja-se o nascimento de Cristo salvador. Será?? Não!! No Natal festeja-se a vinda do Pai Natal. Como é possível que a verdadeira causa da festividade natalicia seja tão esquecida? Afinal o Natal existe porque nasceu Jesus. Cada vez mais a ligação da festa do Natal a Jesus, vai ficando mais tenue. Reparei que as televisões, esses grandes influenciadores comportamentais da sociedade, esqueceram completamente a essência do Natal. A crise e a necessidade de fomentar o consumismo falam mais alto. Jesus nasceu num estábulo, o pai Natal anda carregado de prendas e "vive" num dos paises mais prosperos do planeta sendo um símbolo do consumismo.

Há que fazer uma reflexão urgente, sobre o verdadeiro espirito natalício. Mas os argumentos utilizados na defesa de tão nobre sentimento, perdem força, sobretudo quando ao assistir à missa do Galo, na RTP2, verifico que o Papa celebra a eucaristia natalícia num ambiente de ostentação. Feliz Natal.

Abaixo os choupos

Os celebres choupos de Verride, travaram uma batalha inglória com os motosserras e pereceram todos. Nem um ficou para contar o que aconteceu. Já faz parte do passado aquele arvoredo que embelezava a entrada norte de Verride. Os desgraçados dos choupos não tiveram vida fácil. Quando a povoação se alargou para aquelas bandas, foram muito criticados, injuriados, vandalizados etc. Eles não gostavam dos apupos e na primavera atiravam para o ar milhares de pequenas núvens de polen, que impestavam as casas e provocavam por vezes tosse nos transeuntes. No Inverno, despidos das suas nobres vestes de folhas verdejantes, atiravam pequenos ramos, que batiam nos automóveis com força. Os choupos não gostavam muito do Inverno, especialmente dos ventos fortes e de vez em quando desmaiavam, caindo por terra inanimados, enfim já começavam a ficar caducos. Antes que algum se deitasse em cima de algum automóvel, foram mortos pela raiz. Apesar de tudo serão sempre lembrados, quer pela frescura que transmitiam, quer pelos desagradáveis espirros de polen que davam.